Dois anos sem Kenny Rogers, ícone do country e da música internacional

O astro da música country americana Kenny Rogers, com uma carreira musical de sucesso que durou seis décadas e incluiu hits como “The Gambler” e “Coward of the county”, faleceu na noite de sexta-feira, 20 de março de 2020, às 22h25, aos 81 anos – anunciou sua família à época. 

“Rogers partiu em paz, em casa. Ele morreu de causas naturais, cercado por seus entes queridos”, disseram os familiares em comunicado divulgado à imprensa.

Kenny Rogers: lenda da country music

De roqueiros psicodélicos ousados e canções de histórias cinematográficas a country pop sentimental, Kenny Rogers cobriu um campo musical considerável ao longo de seis décadas de gravação e apresentação, usando seus vocais tingidos de cascalho para efeitos dramáticos. Ao longo do caminho, ele também se tornou um ator, fotógrafo, empresário e filantropo reconhecido mundialmente. Quando Rogers anunciou seu último show em Nashville em 2017, após 60 anos de apresentações, ele reconheceu que sua mobilidade se tornou mais limitada nos últimos anos. 

Rogers decidiu focar sua carreira na música country e “Love Lifted Me” tornou-se seu primeiro solo “top 20”, no país, em 1975. Dois anos depois, chegou ao topo das paradas do país com a balada melancólica “Lucille”, sobre um homem que é deixado por sua esposa. A canção também se deu bem nas paradas pop, tornando-se top 5. Ela também trouxe seu primeiro Grammy Award, desta vez de Melhor Performance Vocal Masculino País.

Disco com sucessos de Kenny Rogers

Rogers, astro de muitos prêmios

Sua carreira também foi marcada pela abertura para trabalhar com profissionais de sucesso de fora da música country, gerando assim seus maiores hits. Islands in the Stream, dueto de Rogers e Dolly Parton, foi escrito pelos Bee Gees; já Lady foi uma composição de Lionel Richie.

No Grammy, a premiação mais importante da indústria fonográfica americana, Rogers saiu vencedor três vezes: uma como melhor performance country masculina (por The Gambler, em 1979), uma como melhor performance country em duo/grupo (por Make No Mistake, She’s Mine, com Ronnie Milsap, em 1987), e uma como prêmio honorário concedido pela presidência da Academia do Grammy, em 1986.

Dolly Parton e Kenny Rogers, antiga parceria

O cantor, também conhecido mundialmente por hits como “Lucille” ou “Islands in the Stream”, ganhou três prêmios Grammy e vendeu dezenas de milhões de discos em todo o mundo.

O álbum “The Gambler”, lançado em 1978, foi um enorme sucesso internacional com vários discos de platina e se tornou sua música mais icônica.

Rogers estrelou o filme “The Gambler”, baseado em sua música, e gostava de brincar que não era um bom apostador.

“Aprendi há muito tempo que não sou capaz de ganhar dinheiro suficiente para ficar empolgado, mas posso perder o suficiente para ficar deprimido”, disse ele à NPR em 2015. “É por isso que não jogo”.

Seu último show foi em Nashville, em outubro de 2017, onde dividiu o palco com sua amiga e colaboradora de longa data Dolly Parton para uma apresentação final de “Islands in the Stream”.

Berry Gibb e Kenny Rogers

Artistas lamentaram a morte do astro que popularizou o country

Em uma declaração à Rolling Stone , Barry Gibb, dos Bee Gees, chamou Rogers de “uma força musical e um personagem a ser reconhecido. Ele causou um grande impacto em nossas vidas e sentiremos muito a sua falta”.

Segundo o jornal britânico The Guardian, a Country Music Association já se pronunciou, dizendo que o cantor “deixou para sempre uma marca na história da música country”.

Toca disco reproduz músicas de Kenny Rogers

Um cantor muito querido no Brasil

Kenny Rogers estava muito na moda no país nos anos 1980. Seja no rádio, no carro, ou em uma festa, lá estava o ícone do country mandando muito bem. Entretanto, ele caiu mais no gosto dos brasileios com seu lado POP romântico.

Tem muita gente que dançou “coladinho” ao som do astro que nasceu no dia 21 de agosto de 1938, em Houston, no Texas. Kenny cresceu pobre, vivendo com seus pais e seis irmãos em um projeto habitacional federal. As músicas do cantor estiveram por vários anos nas paradas de sucesso aqui no Brasil. A canção “We’ve got tonight” (Nós Temos Esta Noite), de 1983, fez parte da trilha sonora internacional da novela Louco Amor, da rede Globo, emprestando o clima romântico ao casal formado por Bruna Lombardi e Fábio Junior. E o que dizer de “Lady”, outro fenômeno em nossas rádios? Lionel Richie, ex-líder dos Commodores e um grande nome da black music americana escreveu especialmente para Rogers essa balada, que rapidamente se tornou um grande sucesso mundial em 1980. 
Um disco com grandes sucessos

De ícone da música a artista de cinema

Rogers, que foi um dos primeiros artistas da música country a lotar arenas, lançou seu LP Greatest Hits em 1980, uma compilação que já vendeu mais de 24 milhões de cópias em todo o mundo. O LP de 1981 Share Your Love contou com participações de Michael Jackson e Gladys Knight, e incluiu quatro músicas escritas por Lionel Richie. Juntando-se a Dottie West no final dos anos setenta e início dos anos oitenta, a dupla alcançou cinco grandes sucessos, incluindo os números um “Every Time Two Fools Collide”, “All I Ever Need Is You” e “What Are We Doin’ in Love”. ”

O único papel principal de Rogers em um longa-metragem foi como o piloto de corridas Brewster Baker na comédia dramática Six Pack de 1982 . Ele também cantou a música tema de sucesso do filme, “Love Will Turn You Around”. Um ano depois, ele fez outro dueto de sucesso, com Sheena Easton, em “We’ve Got Tonight”, de Bob Seger.

Kenny Rogers e a família

Kenny Rogers deixou uma marca indelével na história da música americana e com musicas que tocam a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. O cantor também deixou a esposa Wanda e cinco filhos: Carole, Kenny Rogers Jr, Christopher, e os gêmeos Jordan e Justin, de 15 anos.

Poucos artistas conseguiram tocar tantos corações ao redor do Planeta, quanto Rogers. Suas canções embalaram emoções, fizeram sorrir e chorar. O astro carismático e com um talento que atravessou todas as fronteiras escreveu seu nome no Country, no POP , no mercado dos discos de vinil e na música mundial.

“Tentei não fazer concessões. Eu fiz músicas em que acreditei, porque você as faz com mais autoridade e com um maior senso de crença”, disse Rogers sobre seu legado como artista para a Rolling Stone Country em uma entrevista inédita de 2017. 

Fontes: Rolling Stone Music, TV Fama; The New York Times; G1; Isto é; The Guardian.

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