Com melhora do emprego e Auxílio Brasil, desigualdade cai em 2022 para menor nível da série histórica
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a desigualdade social no país, medida pelo índice de Gini, registrou uma queda significativa no ano passado, passando de 0,544 para 0,518. Quanto menor o valor, menor é a desigualdade.
Com essa redução, o índice de Gini atingiu o menor patamar desde o início da série histórica em 1976, quando era de 0,623, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) – Rendimento de Todas as Fontes 2022, o índice de Gini do rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos os trabalhos foi de 0,486, o menor valor já registrado pelo estudo, iniciado há dez anos.
Desenvolvido pelo matemático italiano Conrado Gini, o índice de Gini mede distribuição, concentração e desigualdade econômica em determinado grupo. O indicador varia de 0 (perfeita igualdade) a 1 (máxima concentração e desigualdade).
A analista do IBGE, Alessandra Brito, afirma que a queda no índice de desigualdade em 2022, durante a presidência de Jair Bolsonaro, pode ser atribuída principalmente a dois fatores. Primeiro, o mercado de trabalho foi aquecido com a criação de novas vagas. Além disso, uma parcela significativa da população foi beneficiada pelo Auxílio Brasil.
O arrefecimento da crise provocada pela pandemia de coronavírus, com o aumento substantivo do número de ocupados, e a criação do Auxílio Brasil, benefício social mais robusto, que destinou recursos a mais de 20 milhões de brasileiros, influenciaram positivamente o resultado.
Regiões
As estimativas do Gini do rendimento do trabalho para 2022 foram as menores da série em quase todas as regiões, exceto pela Norte, onde o menor patamar ocorreu em 2021. As regiões Sul (0,430) e Centro-Oeste (0,473) têm os menores índices, enquanto o Nordeste (0,501) apresenta o maior, o que confirma o local como aquele com a distribuição de rendimentos mais desigual.
Na passagem de 2021 para 2022, as regiões Nordeste e Sudeste apresentaram as maiores reduções no índice (queda de 0,020 cada), ao passo que apenas a região Norte teve aumento da desigualdade do rendimento do trabalho no período (alta de 0,006).
Fontes: R7 / Poder 360 / Rádio Câmara
Rio de Janeiro, 19 /05/ 2023