The Platters: a festa da música com um dos melhores grupos vocais de todos os tempos

A formação se deu na década de 1950. Durante o período de 1953 a 1977, o  The Platters gravou aproximadamente 400 canções, alcançando a impressionante marca de mais de 80 milhões de cópias vendidas. Além disso, cativaram plateias em todo o mundo com suas atuações ao vivo, conquistando numerosos prêmios e a prestigiosa indução no Rock and Roll Hall of Fame.

Sua influência na cultura pop não se limitou apenas à música. Os Platters também deram as caras nas telonas, aparecendo em uma série de filmes notáveis, como “Rock Around The Clock” (1956), “Rock All Night” (1957), “Europe by Night” (1959), “The Girl Can’t Help It” (1956), entre outros. Sua presença nas telas ajudou a solidificar sua fama e a imortalizar seu legado.

A história do grupo, como a de muitos outros do gênero Doo Wop, é repleta de reviravoltas e controvérsias relacionadas aos membros, oficiais ou não, e às disputas legais em torno do uso do nome. Surpreendentemente, essas questões persistem até os dias de hoje, mesmo com todos os membros originais tendo falecido. Isso demonstra a complexidade e a longevidade dos dilemas legais que envolvem a marca e o legado do The Platters.

O Início da Jornada

O The Platters teve suas raízes na cidade de Los Angeles, Califórnia, e foi fundado por Buck Ram, um empresário e compositor que desempenhou um papel fundamental na criação do grupo. A formação inicial incluía Tony Williams, David Lynch, Alex Hodge, Herb Reed e Zola Taylor. No entanto, a formação que ficou mais conhecida e que deixou uma marca indelével na história da música consistia em Tony Williams, David Lynch, Paul Robi, Herb Reed e, mais tarde, Zola Taylor.

Em uma época em que o rock and roll estava apenas começando a ganhar popularidade, o The Platters emergiu com um som distinto que misturava harmonias vocais suaves com elementos do rhythm and blues. Isso diferenciou o grupo de outros contemporâneos e os ajudou a conquistar o coração de milhares de fãs em todo o mundo.

As Canções Icônicas

O The Platters ficou mundialmente famoso por suas baladas românticas e canções melódicas. Muitas de suas músicas se tornaram verdadeiros hinos da música popular e continuam a ser apreciadas até os dias de hoje. Aqui estão algumas das canções icônicas que marcaram a carreira do grupo:

Capa do album The Platters
  1. “Only You (And You Alone)”

Lançada em 1955, “Only You” foi um dos primeiros sucessos do The Platters. A canção é um hino atemporal ao amor e continua a ser uma das baladas mais amadas da história da música.

  1. “The Great Pretender”

Lançada em 1955, essa música é uma das mais icônicas do grupo. Com seu ritmo cativante e letras emotivas, “The Great Pretender” se tornou em um dos maiores sucessos do The Platters e é lembrada como uma das melhores canções da era do rock and roll e do rádio.

  1. “Smoke Gets in Your Eyes”

Essa canção, lançada em 1958, é um exemplo impressionante da habilidade do grupo em criar baladas emocionantes e cativantes. “Smoke Gets in Your Eyes” se tornou um clássico instantâneo e continua a ser uma das  mais conhecidas do The Platters.

  1. “My Prayer”

Outro sucesso de 1956, “My Prayer” é uma balada emotiva que captura a essência do som característico do grupo. A voz suave de Tony Williams dá um toque de melancolia à canção, tornando-a inesquecível.

  1. “Twilight Time”

Lançada em 1958, “Twilight Time” é uma das músicas mais envolventes e românticas do The Platters. Com seu ritmo envolvente e harmonias vocais excepcionais, a canção conquistou o público e se tornou um sucesso imediato.

O início das gravações dos Platters

A primeira sessão de gravação dos Platters ocorreu em 15 de setembro de 1953, quando o grupo era composto por Tony Williams (tenor), Gaynel Hodge (tenor), David Lynch (tenor), Alex Hodge (barítono) e Herb Reed (baixo). Nessa ocasião, eles gravaram várias músicas, incluindo “When You’re Gone” (liderada por Tony), “Give Thanks” (Tony), “I Need You All the Time” (Tony) e “Hey Now” (Herb). No entanto, essas gravações não alcançaram grande sucesso.

Em janeiro de 1954, Tony Williams procurou Buck Ram, empresário de sua irmã, para mostrar seu talento. Ele impressionou Buck ao cantar “My Buddy”, mas Buck sugeriu que Tony treinasse sua voz em um grupo vocal. Tony mencionou que já cantava com os Platters e havia feito algumas gravações para a Federal Records. Buck, um renomado compositor com sucessos anteriores, concordou em ouvir as gravações dos Platters. Sua primeira impressão foi desfavorável, chegando a dizer: “Eu ouvi o grupo e eles foram simplesmente terríveis.”

Na verdade, Ralph Bass, um conhecido de Buck, não tinha planos de gravar o grupo novamente. No entanto, ele concordou em reconsiderar se Buck Ram pudesse treiná-los. Buck, um veterano compositor de sucesso nas décadas de 1940 e 1950 para artistas como Bing Crosby (“I’ll Be Home for Christmas”), o grupo vocal Ink Spots (“My Prayer”) e The Three Suns (“Twilight Time”), tornou-se o empresário dos Platters.

Após uma sessão de gravação inicial malsucedida, Buck Ram trouxe Zola Taylor, uma jovem e talentosa cantora, para se juntar ao grupo. Eles então realizaram uma terceira sessão de gravação que incluiu a primeira versão de “Only You”. No entanto, o resultado dessa gravação não foi satisfatório, e Buck pediu à gravadora que não a lançasse, pelo menos por enquanto.

A música “Only You” já havia sido composta por Buck Ram anos antes, mas nunca tinha sido usada. Um dia, Jean Bennett, braço direito de Buck Ram, estava organizando antigas partituras e encontrou a de “Only You”, que chamou sua atenção. Ela sugeriu a Buck que a música tinha potencial para ser um grande sucesso, mas Buck inicialmente discordou e deixou a partitura em cima do piano. No entanto, em um ensaio posterior, Tony Williams viu a partitura, gostou da música e o resto, como se costuma dizer, é história.

 

Selo do disco com a faixa "Only You"

No meio do caminho haviam polêmicas, haviam polêmicas no meio do caminho...

The Platters: fenômeno da década de 1950

No entanto, o caminho do The Platters não foi isento de controvérsias. Em um momento delicado, Alex Hodge foi detido por posse de maconha. Atendendo ao pedido de Herb e Tony, Buck tomou a decisão de substituí-lo pelo barítono originário de New Orleans, Paul Robi, formando o que se tornaria a clássica e icônica formação composta por Tony Williams, Zola Taylor, David Lynch, Herb Reed e Paul Robi.

Em 1955, após várias sessões de gravação que não resultaram em nenhum grande sucesso, a gravadora Federal Records, que enxergava o grupo como um conjunto de R&B, decidiu não continuar com eles. No entanto, Buck Ram, que via o potencial dos Platters como um grupo pop, não desistiu. Quando o grupo The Penguins, que também era empresariado por ele, obteve um sucesso estrondoso com a música “Earth Angel” e chamou a atenção da gigante Mercury Records, Buck Ram estabeleceu uma condição: só negociaria com a gravadora se ela também contratasse os Platters. Apesar de relutantes, concordaram com a condição de Buck.

Enquanto aguardavam por sua primeira sessão na Mercury Records, os Platters gravaram vocais, sem receber crédito, para a faixa de R&B “Shtiggy Boom” (com David como vocalista principal) do saxofonista Joe Houston. Além disso, eles se dedicaram intensamente aos ensaios. Foi nesse momento que o grupo se tornou coeso, com Tony alcançando notas vocais extraordinárias, chamando a atenção do mundo para os Platters. Logo na primeira sessão de gravação para a Mercury Records, eles registraram a clássica “Only You”, que, quando lançada, alcançou o sexto lugar nas paradas de sucesso pop. Em seguida, lançaram “The Great Pretender”, que chegou ao topo das paradas. Os Platters estavam oficialmente em ascensão.

No início de 1956, o grupo fez sua estreia cinematográfica em “Rock Around the Clock”, um filme que se tornou um grande sucesso. Consciente das controvérsias em torno do nome, como as que haviam afetado o grupo Ink Spots, Buck Ram fundou a empresa Five Platters Inc. e fez com que cada membro assinasse um acordo renunciando ao uso do nome do grupo em troca de um salário semanal de US$ 250, um valor considerável para a época, embora aquém do que o grupo estava lucrando.

A partir de 1961 o grupo já não era mais o mesmo...

The Platters: o grupo original

No ano de 1961, as coisas começaram a complicar. Tony Williams, uma das vozes mais emblemáticas dos Estados Unidos, tomou a decisão de seguir uma carreira solo e assinou contrato com a gravadora Reprise, que pertencia a Frank Sinatra. Para substituí-lo, Sonny Turner entrou no grupo, porém, a Mercury Records recusou-se a lançar qualquer gravação que não contasse com Tony como vocalista principal. Isso desencadeou uma batalha legal, que acabou sendo vencida por Buck Ram.

A mágica que envolvia o grupo já não era a mesma. Tony Williams não teve o mesmo sucesso em sua carreira solo, e os Platters, apesar de continuarem fazendo turnês pelo mundo e gravando novas músicas, incluindo alguns sucessos menores, não conseguiram manter o mesmo prestígio sem Tony.

Pouco tempo depois, em 1962, Paul Robi e Zola Taylor também saíram do grupo. Em seus lugares, foram incorporados Nate Nelson, que coincidentemente havia pertencido ao grupo Flamingos, e Sandra Dawn. Essa formação continuou a gravar sob o selo da Mercury Records até 1966, quando assinaram com a gravadora Musicor. Lá, eles conseguiram emplacar dois sucessos com Sonny Turner como vocalista principal: “I Love You a Thousand Times”, que alcançou a sexta posição nas paradas, e “With This Ring”, que atingiu o décimo quarto lugar em 1967.

David sai em 1968 e Herb Reed em 1969, daí a história realmente se complica. O Platters oficial (lembrando que era uma empresa de Buck Ram) continuou com diversos integrantes ao longo dos anos, incluindo o vocal principal, Monroe Powell (ex Dominos), que, apesar de não fazer parte das clássicas gravações, viria a ser o membro que ficaria por mais tempo, 25 anos – de 1970 a 1995. 

The Platters, o grupo da harmonia musical

Um dos grupos mais amados de todos os tempos

Acontece nas melhores famílias. A exemplo de inúmeros grupos e bandas ao redor do Planeta, os Platters também viveram seus momentos de polêmicas, escândalos, brigas judiciais etc., entretanto, nada disso apagará o brilho e a sua importância como um dos conjuntos vocais mais incríveis e afinados da história. Eles Imprimiram uma marca duradoura que poucos conseguiram, e que foi conquistar os corações de várias gerações de amantes da boa música. Quem aprecia a verdadeira arte, com certeza, jamais ficará indiferente às faixas dos músicos. 

The Platters é um verdadeiro ícone da música popular. Sua influência duradoura, suas interpretações icônicas e a sua capacidade de tocar o coração das pessoas, tornam-no uma parte valiosa da história das gravações e da canção. Mesmo décadas após sua formação, continua a brilhar, e suas obras permanecem tão cativantes quanto no dia em que foram lançadas. As melodias suaves e as harmonias envolventes são um mergulho nos anos dourados do rádio e do disco. Não deixe de ouvir, a discografia dos Platters é essencial. 

Fontes: Alex Valenzi; Billboard; arquivos pessoais; Times; The Platters.com

Morreu o narrador Silvio Luiz

Olho no lanceee! Morreu o narrador Silvio Luiz Morreu hoje, dia 16, o comentarista Silvio Luiz, aos 89 anos. Ele estava internado no Hospital Oswaldo

Leia mais