
© 2021 Todos Os Direitos Reservados
Poucos grupos musicais conseguiram ser tão instantaneamente reconhecíveis e ao mesmo tempo tão peculiares quanto o Dschinghis Khan. Formado na Alemanha Ocidental em 1979, o grupo ganhou notoriedade mundial com uma combinação incomum de pop dançante, elementos folclóricos e coreografias teatrais. Seu estilo exuberante, letras pegajosas e performances eletrizantes fizeram deles um dos maiores ícones da cultura pop europeia do final dos anos 70 e início dos anos 80.
Neste artigo, você vai conhecer a história completa do Dschinghis Khan, suas músicas mais famosas, curiosidades sobre o grupo, o impacto global de suas canções e o porquê eles continuam sendo lembrados com tanto carinho até hoje.
O Dschinghis Khan foi criado especialmente para o Festival Eurovision da Canção de 1979. O produtor alemão Ralph Siegel, já conhecido por seu trabalho no pop europeu, idealizou o grupo junto ao letrista Bernd Meinunger. O nome veio de Genghis Khan (em alemão, “Dschinghis Khan”), o líder mongol do século XIII, com a ideia de criar uma imagem exótica e impactante.
A formação original incluía seis integrantes:
Steve Bender (vocal)
Louis Hendrik Potgieter (dançarino principal e coreógrafo)
Wolfgang Heichel (vocal)
Henriette Heichel (vocal)
Leslie Mandoki (bateria e vocal)
Edina Pop (vocal)
O grupo representou a Alemanha Ocidental no Eurovision com a canção “Dschinghis Khan”, alcançando o quarto lugar, mas conquistando o público europeu de maneira arrebatadora.
A apresentação de “Dschinghis Khan” foi um show à parte: danças sincronizadas, roupas medievais estilizadas e uma batida dançante que misturava disco com melodias étnicas. A performance ficou gravada na memória de uma geração inteira e a canção se tornou um sucesso internacional.
Logo depois veio “Moskau” (“Moscow”), lançada no mesmo ano. A faixa foi um dos maiores hits do grupo e virou um fenômeno global. Na União Soviética, onde o nome da capital inspirava orgulho, a música era ouvida com entusiasmo. Curiosamente, uma versão em inglês foi lançada também na Austrália, onde se tornou um sucesso absoluto.
“Moskau” reapareceu anos depois como meme e trilha sonora de vídeos virais no YouTube, reintroduzindo o grupo para uma nova geração.
Um dos grandes diferenciais do Dschinghis Khan era sua identidade visual. Os figurinos eram inspirados em trajes étnicos, militares e teatrais. Cada membro desempenhava um papel cênico nos palcos, em especial Louis Potgieter, que interpretava o próprio Genghis Khan de maneira quase caricatural, com passos de dança marcantes e expressões intensas.
As coreografias eram cuidadosamente ensaiadas e se tornaram parte da assinatura do grupo. A teatralidade era tamanha que muitos consideravam o Dschinghis Khan quase uma companhia de teatro musical, o que ampliava seu apelo visual em programas de TV e clipes.
O grupo lançou diversos álbuns ao longo dos anos. Entre os principais estão:
Dschinghis Khan (1979) – inclui os hits “Dschinghis Khan” e “Moskau”
Rom (1980) – com canções como “Hadschi Halef Omar” e “Rom”
Wir sitzen alle im selben Boot (1981) – destaca a canção-título, que fala sobre união entre os povos
Suas canções eram lançadas em diversas línguas: alemão, inglês, russo e espanhol, o que contribuiu muito para o alcance internacional do grupo.
Dschinghis Khan foi especialmente popular na Europa, Ásia e Oceania. Na União Soviética, mesmo com restrições ao pop ocidental, o grupo era tolerado e até querido. No Japão, tiveram fã-clubes fervorosos. No Brasil, embora não tenham tido o mesmo sucesso comercial, suas músicas foram muito tocadas em programas como Fantástico e festas temáticas nos anos 80.
Nos anos 2000, o grupo voltou à cena pop através da cultura da internet. “Moskau” foi redescoberta por Youtubers e TikTokers, com dancinhas e memes que fizeram a canção viralizar. Isso reacendeu o interesse pelo grupo e levou à criação de novos covers, remixes e reuniões comemorativas.
Apesar da saída de membros e da morte de alguns integrantes (como Steve Bender, falecido em 2006, e Louis Potgieter, em 1994), o legado do Dschinghis Khan continua vivo. Várias formações diferentes do grupo surgiram ao longo das décadas para shows nostálgicos e especiais de TV.
Em 2005 e depois em 2018, o grupo voltou aos palcos com uma formação renovada, incluindo familiares de membros originais e novos artistas. A intenção era celebrar os 30 e depois os 40 anos do projeto.
Hoje, seus clipes estão entre os mais assistidos no YouTube quando o assunto é pop europeu retrô. “Moskau” ultrapassa dezenas de milhões de visualizações, e as faixas aparecem em playlists de revival dos anos 70 e 80 em plataformas como Apple Music, Spotify e Deezer. Seus sucessos também estão na programação da Radio Na Era do Vinil.
Louis Potgieter, o dançarino central do grupo, era ex-bailarino de ballet clássico.
A canção “Moskau” foi proibida temporariamente em alguns países por razões políticas.
Steve Bender foi diagnosticado com câncer nos anos 2000 e dedicou os últimos anos à música gospel.
A estética do grupo inspirou performances de artistas como Army of Lovers e Aqua.
A resposta está na combinação de carisma, teatralidade e um som que mistura o kitsch com a genialidade pop. O Dschinghis Khan tocou o inconsciente coletivo de uma época em que a televisão, os festivais e a música disco formavam um caldo cultural vibrante.
Não é apenas nostalgia: é memória afetiva global. Uma memória que atravessa línguas, fronteiras e gerações.
.
© 2021 Todos Os Direitos Reservados
Utilizamos cookies para melhorar sua experiência. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Cookies.