

Não tem jeito. Chega o nono mês do ano, então, “vasculhamos as gavetas” e lembramos de Vanusa por conta da obra “Manhãs de setembro”. É dela o registro em disco de uma das canções mais queridas dos “discófilos”, e fala da superação de alguém que solta as amarras, permite-se, independentemente das agruras que a vida lhe entregara, a olhar adiante com mais esperança, em um voo de pura liberdade.
Vanusa Santos Flores nasceu em 22 de setembro de 1947, na cidade de Cruzeiro (SP), mas passou parte da infância em Franca. De origem humilde, cresceu ouvindo rádio e já demonstrava talento para a música desde pequena.
Na adolescência, participou de programas de calouros e se mudou para São Paulo, em busca de oportunidades no cenário artístico. Foi descoberta no início dos anos 60, quando o Brasil vivia a explosão da Jovem Guarda, movimento que transformaria completamente os rumos da música nacional.
A cantora se apresentou pela primeira vez ao público através do programa “O Bom”, comandado por Eduardo Araújo, na extinta TV Excelsior de São Paulo.
Vanusa estreou em 1966 no programa “Jovem Guarda”, apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa na TV Record. Seu carisma e talento vocal chamaram atenção, destacando-se em meio a um universo dominado por homens.
Ela logo conquistou espaço ao lado de nomes como Jerry Adriani, Renato e Seus Blue Caps, Martinha, Eduardo Araújo e Golden Boys. Suas primeiras gravações, como “Pra Nunca Mais Chorar” e “Esperando Você”, ganharam execução nas rádios e abriram caminho para sua carreira fonográfica.
Vanusa não era apenas mais uma “estrela teen” da Jovem Guarda — sua voz grave e imponente sugeria que havia mais por vir.
Foi lançada pelo cantor Eduardo Araújo. Estourou nas paradas com a canção “Pra Nunca Mais Chorar” (1967), de Araújo e Carlos Imperial. Também foi ótima letrista! São obras dela: “Manhãs de setembro”, “Mundo Colorido”, “Perdoa”, “Eu não quis Magoar Você”, “Rotina”, “Pode Ir Embora”, “Espelho”. Todas essas faixas têm Vanusa como compositora, lançadas em uma época em que os cantores se consagravam principalmente como intérpretes. Merecedora de reconhecimento do público por décadas e da maioria da classe artística, é dela a inesquecível gravação de “Paralelas”, de Belchior.
O auge da carreira de Vanusa aconteceu nos anos 1970, quando lançou discos fundamentais da Era do Vinil. Entre eles:
“Vanusa” (1969) – Seu álbum de estreia, ainda marcado pela influência da Jovem Guarda.
“Vanusa” (1971) – Já mais madura artisticamente, trouxe canções românticas e arranjos sofisticados.
“Vanusa” (1973) – Considerado seu disco mais importante, traz a canção “Manhãs de Setembro”, escrita por Mário Campanha, que se tornou um marco da música brasileira.
Além de “Manhãs de Setembro”, Vanusa brilhou com músicas como:
“Paralelas” (de Belchior)
“Sonhos de um Palhaço”
“Eu Sou Mulher, Eu Sou Poesia”
“Mudanças”
Seus discos venderam milhares de cópias em vinil, colocando-a entre as intérpretes mais respeitadas do Brasil.
Lançada em 1973, a canção “Manhãs de Setembro” se tornou um clássico instantâneo. Com letra de Mário Campanha e Vanusa, a música fala da solidão, do envelhecimento e da sensação de perda com uma profundidade rara para a época. A canção também é um hino de resiliência e esperança, por essas razões também é uma das obras mais amadas pelo público amante dos bons discos.
Vanusa, com sua interpretação intensa, transformou a canção em um verdadeiro hino. Até hoje, quando setembro chega, o público resgata essa obra, que já foi regravada por diversos artistas e inspirou até mesmo a série “Manhãs de Setembro” (Amazon Prime, 2021).

Além da música, Vanusa também atuou como atriz. Participou de novelas e programas musicais, levando sua presença marcante para além do rádio e dos palcos.
Fez parte do elenco da novela “O Meu Pé de Laranja Lima” (1970) e esteve em musicais importantes nos anos 70 e 80. Sua carreira transitava com naturalidade entre a canção e a dramaturgia, algo incomum para cantoras de sua geração.
A vida de Vanusa foi marcada por altos e baixos. Ela se casou duas vezes, teve três filhos — entre eles a cantora Aretha Marcos — e enfrentou problemas de saúde física e mental, incluindo depressão e crises de memória.
Um dos episódios mais marcantes ocorreu em 2009, quando ela esqueceu a letra do Hino Nacional durante uma apresentação na Assembleia Legislativa de São Paulo. O fato viralizou, mas também revelou sua fragilidade naquele momento.
Mesmo com as dificuldades, Vanusa sempre contou com o carinho do público e dos colegas de profissão.
👶 Filhos: Vanusa teve três filhas: Amanda Marcos e Aretha Marcos, do casamento com o cantor Antônio Marcos, e Rafael Vanucci, do casamento com Augusto César Vanucci.

Cada um desses discos revela uma faceta diferente da cantora — da rebeldia da Jovem Guarda à sofisticação da MPB. Hoje, muitos desses vinis são peças disputadas por colecionadores. Abaixo trechos de alguns sucessos da cantora Vanusa.

Nos últimos anos de vida, Vanusa enfrentou problemas de saúde, incluindo Alzheimer e complicações respiratórias. Morreu em 8 de novembro de 2020, aos 73 anos, em uma casa de repouso em Santos (SP).
Sua morte causou grande comoção, com homenagens de artistas, fãs e da mídia. Muitos lembraram não apenas de sua voz poderosa, mas também de sua coragem em se reinventar ao longo das décadas.
O legado de Vanusa ultrapassa gerações. Sua interpretação de “Manhãs de Setembro” segue viva, regravada por artistas e lembrada a cada chegada do mês de setembro. Além disso, Vanusa abriu caminhos para outras cantoras enfrentarem um mercado dominado por homens, mostrando força e autenticidade.
Seu nome figura ao lado de ícones como Wanderléa, Martinha, Rosemary e Celly Campello, na galeria das grandes vozes femininas da música brasileira na Era do Vinil.
Quem foi Vanusa?
Vanusa foi uma cantora, compositora e atriz brasileira, nascida em 22 de setembro de 1947. Teve destaque na Jovem Guarda e depois se consolidou como uma das grandes vozes da MPB, atravessando as décadas de 1960, 70 e 80 com discos de vinil de grande sucesso.
Qual é a música mais famosa de Vanusa?
Sua canção mais icônica é “Manhãs de Setembro” (1973), considerada um hino melancólico sobre saudade e passagem do tempo.
Vanusa participou da Jovem Guarda?
Sim. Ela iniciou sua carreira nos anos 1960, participando do programa Jovem Guarda da TV Record, ao lado de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
Quais foram os principais discos de Vanusa?
Entre os mais importantes estão: Vanusa (1969), Vanusa (1971), Vanusa (1973) e Eu Sou Mulher, Eu Sou Poesia (1980). Todos lançados em vinil e muito procurados por colecionadores.
Quando Vanusa faleceu?
Vanusa faleceu em 8 de novembro de 2020, aos 73 anos, em Santos (SP), deixando um legado de mais de cinco décadas de carreira.
Por que setembro é um mês marcante para Vanusa?
Porque ela nasceu em setembro e sua maior canção, “Manhãs de Setembro”, se tornou símbolo do mês, sendo lembrada todos os anos pelo público e pela mídia.
Fui eu quem se fechou no muro
E se guardou lá fora
Fui eu quem num esforço
Se guardou na indiferença
Fui eu que numa tarde
Se fez tarde de tristezas
Fui eu que consegui
Ficar e ir embora
E fui esquecida
Fui eu
Fui eu que em noite fria
Se sentia bem
E na solidão sem ter ninguém
Fui eu
Fui eu que em primavera
Só não viu as flores
E o Sol
Nas manhãs de Setembro
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar
Nas manhãs de Setembro
Nas manhãs de Setembro
Nas manhãs de Setembro
Nas manhãs
Fui eu quem se fechou no muro
E se guardou lá fora
Fui eu quem num esforço
Se guardou na indiferença
Fui eu que numa tarde
Se fez tarde de tristezas
Fui eu que consegui
Ficar e ir embora
E fui esquecida
Fui eu
Fui eu que em noite fria
Se sentia bem
E na solidão sem ter ninguém
Fui eu
Fui eu que em primavera
Só não viu as flores
E o Sol
Nas manhãs de Setembro
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar
Nas manhãs de Setembro
Nas manhãs de Setembro
Nas manhãs de Setembro
Nas manhãs
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar
Nas manhãs de Setembro
Nas manhãs de Setembro
Nas manhãs de Setembro
Nas manhãs






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