O fenômeno Kate Bush: como “Running Up That Hill” voltou ao topo quase 40 anos depois

Kate Bush, a bela voz do disco. A cantora interpreta Running Up That Hill.

Quando uma música dos anos 80 retorna ao topo das paradas mundiais, ultrapassa gerações e ganha um novo significado para milhões de pessoas, algo extraordinário está acontecendo. Foi exatamente o que ocorreu com “Running Up That Hill (A Deal with God)”, clássico de Kate Bush, que ressurgiu com força após ser destaque na quarta temporada de Stranger Things, da Netflix.

O que parecia impossível — uma artista reclusa, longe dos holofotes há décadas, dominar novamente o mundo pop — tornou-se um dos maiores fenômenos musicais recentes. E no Na Era do Vinil, onde celebramos a força da nostalgia, essa história merece ser contada com carinho.

🎵 Quem é Kate Bush, a voz por trás de Running Up That Hill?

Para muitos jovens que descobriram a artista agora, Kate Bush parece uma figura nova. Mas para quem viveu a era do vinil, ela sempre foi um dos nomes mais originais e revolucionários da música britânica.

Aos 19 anos, ela lançou o single “Wuthering Heights” (1978) e se tornou a primeira mulher no Reino Unido a atingir o nº 1 com uma música escrita e interpretada por ela mesma — um feito histórico.
Com sua voz única, estética teatral e composições poéticas, Bush se tornou um símbolo do art pop, influenciando artistas como Björk, Tori Amos, Florence Welch e Lorde.

Durante os anos 80, consolidou sua carreira com discos marcantes como:

  • Never for Ever (1980)

  • The Dreaming (1982)

  • Hounds of Love (1985)

  • The Sensual World (1989)

É justamente em Hounds of Love que nasce “Running Up That Hill”, música que, quase 40 anos depois, voltaria a estremecer o mercado musical.

Kate Bush e o sucesso de sua música Running Up That Hill na série Stranger Things.
Foto montagem: Kate Bush e cena de Stranger Fings, da Netflix

O renascimento inesperado de “Running Up That Hill”

O impacto foi imediato: quando a música tocou na cena dramática envolvendo a personagem Max Mayfield em Stranger Things, o mundo voltou a cantar:

“If I only could, I’d make a deal with God…”

A melodia misteriosa, a bateria marcante e a carga emocional fizeram o público jovem correr para o Spotify, YouTube e TikTok. Em poucos dias:

  • A música chegou ao TOP 1 global do Spotify

  • Voltou às paradas da Billboard Hot 100, algo inédito desde sua estreia em 1985

  • Tornou-se a faixa mais transmitida da carreira da cantora

  • Reacendeu vendas do álbum Hounds of Love em vinil

Segundo a Rolling Stone, o fenômeno foi tão grande que “Running Up That Hill” se tornou uma das músicas mais ouvidas do mundo quase 40 anos após seu lançamento original — algo raríssimo na indústria.

Kate Bush, a voz de Running Up That Hill
Kate Bush, ainda jovem e com muito estilo

🎬 Stranger Things e o poder da nostalgia

A série da Netflix tem um histórico de reviver canções do passado, mas nada se compara ao que aconteceu com Kate Bush.

A escolha perfeita de música + cena emocional + impacto cultural das novas gerações fez com que a canção fosse vista como:

  • Um hino de superação pessoal

  • Uma trilha sonora para ansiedade e luta interna

  • Um símbolo da estética oitentista no audiovisual moderno

Além disso, a música foi usada em memes, vídeos motivacionais, montagens de fãs, playlists temáticas e remixes — ampliando ainda mais seu alcance.

O que diz a própria Kate Bush?

Kate Bush, sempre discreta, publicou uma nota em seu site oficial agradecendo o carinho e dizendo estar “maravilhada” com a energia que a série trouxe para a sua música “Running Up That Hill.
Ela comentou que o impacto foi “completamente inesperado”, mas “lindo de testemunhar”.

Para uma artista que sempre valorizou a independência criativa, essa redescoberta global foi quase uma homenagem tardia e merecida.

Por que “Running Up That Hill” atravessa gerações?

Para além da série, a música possui elementos que continuam poderosos:

• Sonoridade única

Mistura de sintetizadores, bateria ritmada e ambientação dramática que se manteve atemporal.

• Letra profunda

A música fala sobre a dificuldade de compreensão entre homens e mulheres e o desejo de “trocar de lugar” para entender o outro — uma mensagem universal.

• Emoção pura

A interpretação de Kate Bush é intensa, vulnerável e humana.

• Carimbo dos anos 80

O clima etéreo e a estética sonora da época são irresistíveis ao público atual, ávido por nostalgia.

📻 Na Era do Vinil e Kate Bush

Kate Bush interpreta Running Up That Hill.
Kate Bush, a cantora em foto mais recente (2025)

Na programação da Rádio Na Era do Vinil, “Running Up That Hill” já era presença frequente. Mas com o novo fenômeno, tornou-se também um elo entre gerações: jovens descobrem a música na série, adultos a reencontram, e idosos revivem seus anos de juventude através dela.

O vinil do álbum Hounds of Love também voltou a ser procurado — e é considerado uma das joias mais queridas da discografia da artista.

Um fenômeno global — e histórico

Pouquíssimos artistas conseguiram o que Kate Bush fez:

  • Voltar ao topo das paradas 37 anos após o lançamento de “Running Up That Hill“.

  • Alcançar novas gerações com a mesma força do passado.

  • Se tornar viral sem lançar nada novo.

  • Reescrever recordes de streaming.

  • Mostrar que a música, quando verdadeira, é atemporal.

Esse fenômeno é mais que um revival: é um marco cultural.

Confira abaixo cenas de Stranger Things com o sucesso de Kate Bush como trilha. 

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