Não acredito que o saudoso artista de Alegre, no Espirito Santo, seria uma ameaça a Roberto Carlos, como diziam as “futricas” à época em que Paulo Sérgio despontou. Penso que, se vivo estivesse, o “Rei” continuaria sendo respeitado como um grande nome da MPB e Paulo estaria levando sua carreira, com sucesso, ao seu modo, sendo um dos principais cantores românticos do país.

LP Paulo Sérgio, ano de 1969
Sérgio morreu aos 36 anos, e até hoje, é lembrado com enorme saudade por fãs e admiradores de seu trabalho no mundo da música. Seus discos eram muito procurados nas lojas especializadas pelo Brasil. Um vizinho meu, ouvia todos os dias seus álbuns, acabei decorando algumas letras…


Paulo Sérgio se apresenta no programa de Chacrinha
Em 1967, a grande oportunidade de Paulo Sérgio surgiu, quando um amigo seu foi convidado para realizar testes na gravadora MP Gaetani, que posteriormente, resultou na Caravelle, do empresário Renato Gaetani. Paulo, então, prontificou-se a acompanhar o amigo ao violão. Durante o teste, descobriram que Sérgio também cantava, e já que estava ali, manifestaram interesse em ouvir algumas de suas composições. A Caravelle havia descoberto seu grande trunfo, nascia uma estrela. O timbre de voz era exatamente o que os donos da gravadora estavam procurando e o contrato foi imediatamente assinado. Logo, lançaram seu primeiro disco, ainda em 1967, um compacto simples, que continha as músicas “Benzinho”, versão de “Dear Someone” e “A Lagartinha” (de Rossini Pinto).

LP Seleção de Ouro de Paulo Sergio
O sucesso chegou em 1968, quando as “maldades” também surgiram, dizendo que Paulo imitava Roberto Carlos. O “Rei”, inclusive, lançaria em seguida um álbum denominado “O Inimitável”. Segundo depoimentos de pessoas próximas de Sérgio, ele era um pouco triste. Talvez pelo fato de alguns críticos não o terem reconhecido como um cantor autêntico, sem a intenção de querer imitar outro artista. Foi nesse ano, que veio o primeiro álbum (cujas faixas agradaram imensamente ao seu público) e a afirmação definitiva, sobretudo, pela melodia “Última Canção” (composição de Carlos Roberto), que ajudou a vender mais de 300.000 cópias do disco. Pouco depois, era lançado o seu segundo compacto simples. Amado pela maioria e perseguido pelos radicais críticos fãs de Roberto, Sérgio foi um fenômeno de execuções nas rádios e fez história no disco. Sobre as semelhanças com o cantor que desejou ter “um milhão de amigos”, de fato, elas existiam, e não eram poucas.
Paulo Sérgio e a cantora Nalva Aguiar
Paulo Sérgio * 10/3/1944 Alegre, ES
+ 29/7/1980 São Paulo, SP
Paulo Sérgio – Amor Tem Que Ser Amor
(TV Tupi / 1976)