O País dá adeus a Gal Costa, uma das maiores vozes do disco

Ela foi um fenômeno na Música Popular Brasileira. Independentemente das outras qualidades, destacou-se por ter sido uma intérprete maior. Conseguia pegar as letras mais singelas ou construídas com muito requinte e fazia de todas as gravações preciosas obras de arte. Sua voz límpida e afinada emocionou ao Brasil. A cantora Gal Costa morreu nesta quarta-feira (9), aos 77 anos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa.

Maria da Graça Costa Penna Burgos, a Gal, nasceu em Salvador, na Bahia e começou a cantar na adolescência em festas escolares e trabalha em uma loja de discos, onde conheceu a bossa nova.

Dona de uma carreira que se estendeu por 57 anos, Gal Costa lançou clássicos da MPB como “Baby”, “Meu Nome É Gal”, “Chuva de Prata”, “Meu Bem, Meu Mal”, “Pérola Negra”, “Barato Total” e muitos outros.

Gal Costa (jovem)
Na adolescência, canta, toca violão em festas escolares e trabalha em uma loja de discos, onde conhece a bossa nova de João Gilberto (1931-2019). Em 1964, apresenta-se ao lado dos cantores Caetano Veloso (1942), Gilberto Gil (1942), Tom Zé (1936) e Maria Bethânia (1946) em Nós, Por Exemplo, show de inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador. É convidada por Bethânia para participar da faixa “Sol Negro”. Em 1965, o grupo viaja a São Paulo e apresenta os espetáculos Arena Canta Bahia e Em Tempo de Guerra, ambos dirigidos por Augusto Boal (1931-2009). No mesmo ano, ainda como Maria da Graça, grava um compacto com as faixas “Eu Vim da Bahia” e “Sim, Foi Você”. 
 
Em 1964 ela se junta aos artistas cantores Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e Maria Bethânia em “Nós, Por Exemplo”, show de inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador. No mesmo ano, ainda como Maria da Graça, gravou um disco com as faixas “Eu Vim da Bahia” e “Sim, Foi Você”.

De acordo com a Enciclopédia da Música Brasileira, projeto do Itaú Cultural, depois de 1967 ela gravou duas músicas do álbum “Tropicália” ou “Panis et Circencis”, de Caetano. Teve papel determinante no Tropicalismo e na MPB. Durante sua carreira gravou vários hits ao lado de outros artistas, a exemplo de Tim Maia, com quem registrou no vinil “Um Dia de Domingo”.

Ao longo dos anos 60 e 70, ela seguiu misturando estilos. Dedicou-se ao suingue de Jorge Ben Jor com “Que pena (Ela já não gosta mais de mim)” e foi pelo rock com “Cinema Olympia”, mais uma de Caetano. “Meu nome é Gal”, de Roberto e Erasmo Carlos, serviu como carta de apresentação unindo Jovem Guarda e Tropicália. Ao gravar “Pérola negra”, em 1971, ajudou a revelar o então jovem compositor Luiz Melodia (1951-2017). No mesmo ano, lançou “Vapor barato”, mostrando a força dos versos de Jards Macalé e Waly Salomão. O ouvinte da Rádio Na Era do Vinil todos os dias escuta sua voz. Costa deixa saudade. Atualmente, com tantas produções duvidosas e de “interpretações” sem alma, harmonia e afinação, a ausência de Gal será ainda mais sentida. A MPB perde um de seus expoentes. Abaixo, no vídeo, a cantora interpreta “Força Estranha”

Fontes: G1, Terra,  Itaú Cultural, Dicionário da MPB, Correio Braziliense e TV Brasil