No período de transição da ditadura de Getúlio, para o comando “Bossa Nova” de Kubitschek, o rapazola Peixoto dava seus passos iniciais na carreira que nunca abandonou. “Saia Branca”, canção gravada para o primeiro compacto em 78 rotações dele, saiu em 1951 e não causou impacto. No entanto, todos ficaram maravilhados com o rapaz de 25 anos, que com a alma de um menestrel apaixonado soltou a voz e mandou: “Conceição, eu me lembro muito bem, vivia no morro a sonhar com coisas que o morro não tem”. Era o ano de 1956, o cantor que viria a ser um dos maiores astros de nossa música, “abusou” da técnica e da emoção, conquistou um país. Cauby tinha um lado “folclórico”, divertido, mas era profundamente sério com seu trabalho e carreira. Cantou os melhores compositores brasileiros e fez shows em inúmeros países, sempre em altíssimo nível.
Caubi Peixoto nasceu em Niterói, aqui no Rio de Janeiro. Sua família era envolvida com música e o rapaz cresceu nessa atmosfera, período chamado de a “Era do Rádio”, época em que o aspirante da música sonhava em brilhar na Rádio Nacional, em ouvir sua voz nas grandes emissoras dessa fase de ouro. Não deu outra, Cauby com seu charme, elegância peculiar e voz de veludo lapidada, tornou-se uma celebridade e o queridinho dos “audiófilos”, claro, não podemos esquecer do “faniquito” das “macacas de auditório”, as fãs alucinadas que lotavam os auditórios das rádios pelo Brasil.