
No Brasil, a paixão por novelas é quase tão antiga quanto a televisão em si. Desde os primeiros capítulos de “Sua Vida Me Pertence”, exibida pela Tupi em 1951, as novelas rapidamente conquistaram o coração dos brasileiros, tornando-se parte essencial da cultura nacional. Não é apenas a trama que cativa a audiência; a trilha sonora das novelas desempenha um papel igualmente importante. Músicas cuidadosamente escolhidas ou especialmente compostas ajudam a dar vida às histórias, criando um vínculo emocional profundo com os telespectadores. Curiosidade: algumas trilhas sonoras de novelas se tornaram tão populares que superaram as próprias tramas, com canções que permanecem icônicas décadas depois. Na Era do Vinil, exploramos essa fascinante intersecção entre música e teledramaturgia, revivendo os grandes sucessos que embalaram nossas vidas.
Quem não se lembra da febre das discotecas no Brasil? A novela Dancin’ Days, estrelada por Sônia Braga, ajudou a popularizar a disco music no país, e a música-tema, interpretada pelo grupo As Frenéticas, se tornou um verdadeiro hino da época.
🕺 Curiosidade: O sucesso da trilha sonora foi tão grande que o LP da novela vendeu mais de 1 milhão de cópias!
A emocionante canção de Milton Nascimento embalou a novela Maria, Maria, transmitindo toda a força da protagonista interpretada por Nívea Maria. A música se tornou um clássico e até hoje emociona gerações.
💡 Trecho marcante:
“Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre…”
“Nuvem passageira” de Hermes Aquino, foi lançada em 1976, no álbum “Desencontro de Primavera”, pela Tapecar. A canção estourou nas paradas de sucesso em 1976, quando foi tema da novela “Casarão”.
Hermes Aquino é um cantor e compositor brasileiro, nascido em 1949 no estado do Ceará. Ele se destacou na cena musical brasileira a partir da década de 1970.
A novela Marron Glacé trouxe o sucesso Ovelha Negra, de Rita Lee, como um dos temas mais marcantes. A música representava bem o espírito de liberdade e rebeldia da época.
Curiosidade: O álbum Fruto Proibido, que contém essa música, é um dos mais vendidos da carreira de Rita Lee!
A canção ‘Atrás da Porta’, interpretada por Elis Regina, fez parte da trilha sonora da novela ‘De Corpo e Alma’ (1992), consolidando sua relevância na música brasileira.
Composição Marcante A música é uma obra de Chico Buarque e Francis Hime, que explora a intensidade dos sentimentos de despedida e amor, refletindo a complexidade das relações humanas. A interpretação de Elis Regina para ‘Atrás da Porta’ é considerada antológica, destacando sua habilidade única de transmitir emoções profundas através da música.
Essa música foi o tema do personagem vivido por José Wilker na novela Anjo Mau e se tornou um dos maiores hits de Guilherme Arantes.
‘Meu Mundo e Nada Mais’ é uma canção clássica de Guilherme Arantes, lançada em 1976, que aborda temas como perda e introspecção. A música é uma profunda reflexão sobre a dor da perda e a busca por um refúgio emocional. Guilherme Arantes compôs a canção em 1969, aos 16 anos, e ela se tornou um grande sucesso, sendo tema de novelas e regravações.
🎶 Curiosidade: Décadas depois, essa canção voltou a embalar a versão de Anjo Mau, produzida em 1997!
A música “Estúpido Cupido”, interpretada por Celly Campello, foi um grande sucesso nos anos 60 e voltou a brilhar na trilha sonora da novela homônima de 1976. A canção trouxe uma atmosfera nostálgica à trama, que se passava na década de 1960, e conquistou uma nova geração de fãs.
‘Estúpido Cupido’ é a versão em português da famosa canção ‘Stupid Cupid’, originalmente gravada por Connie Francis em 1958. A versão brasileira foi interpretada por Celly Campello em 1959, tornando-se um grande sucesso.
Nos anos 50, Campello era o brotinho de voz doce que embalava o sonho brasileiro de cantar à americana. Cria do rádio, Celly entraria para a história da música nacional como uma das primeiras a tentar cantar um rock verde-amarelo. Em 1959, sua gravação de “Estúpido cupido” (versão de Fred Jorge para “Stupid cupid”, dos americanos Neil Sedaka e Howard Greenfield) estourou nas paradas de sucesso, transformando-se em trilha sonora das festas daqueles anos dourados.
A trilha sonora da novela “Beto Rockfeller”, de 1970, contou com a marcante “Sentado à Beira do Caminho”, interpretada por Erasmo Carlos. A música, com sua letra nostálgica e melodia cativante, capturou a essência dos conflitos internos do personagem principal. Erasmo Carlos, com sua voz inconfundível, trouxe uma interpretação cheia de emoção e sinceridade.
“Sentado à Beira do Caminho” é uma das músicas mais emblemáticas da carreira de Erasmo Carlos, lançada em 1969. A canção, escrita em parceria com Roberto Carlos, se destacou não apenas pelo seu sucesso comercial, mas também pela sua profunda carga emocional e sua capacidade de capturar o sentimento de solidão e introspecção.
A canção, levada ao público pelo rádio e através das cenas da novela, rapidamente se tornou um sucesso e foi amplamente tocada em todo o Brasil. O reconhecimento instantâneo ajudou a solidificar ainda mais a posição de Erasmo Carlos como um dos grandes nomes da música brasileira.
“Pai” é uma das músicas mais emotivas da década de 1970, interpretada por Fábio Jr., transformou-se em um hit dos mais executados no álbum da trilha sonora da novela “Pai Herói”, de 1978. A canção tocou os corações dos telespectadores com sua letra profunda e melodia tocante. Fábio Jr. conseguiu capturar a essência da relação entre pai e filho, emocionando o público e tornando a música um clássico instantâneo.
Lançada em 1978, a canção é uma homenagem sincera e tocante à figura paterna. Fábio Jr. já mencionou em várias entrevistas que “Pai” é sua música favorita entre todas as que já compôs. A letra da canção reflete a complexidade das relações familiares, abordando temas como o tempo, a comunicação e a evolução da relação entre pai e filho.
“Pai” foi um divisor de águas na carreira de Fábio Jr. Antes do lançamento do tema da novela, ele já havia tentado carreira na música e na televisão, mas foi com “Pai” que ele alcançou o estrelato nacional. A canção foi apresentada pela primeira vez no seriado “Ciranda Cirandinha” e chamou a atenção da escritora Janete Clair, que procurava uma canção tema para sua nova novela, Pai Herói. A música foi usada na abertura da novela e se tornou um grande sucesso, lançando o nome de Fábio Jr. ao estrelato.
“Sem Pecado e Sem Juízo” é uma música interpretada por Baby Consuelo (atualmente conhecida como Baby do Brasil) e composta por ela em parceria com Pepeu Gomes. A canção fez parte da trilha sonora da icônica novela “Roque Santeiro”, exibida pela TV Globo entre 1985 e 1986.
Na novela, a música foi tema dos personagens Linda Bastos e Gerson, interpretados por Patrícia Pillar e Zé Mayer, respectivamente. “Sem Pecado e Sem Juízo” se destacou por seu ritmo contagiante e letra marcante, contribuindo para o sucesso da trilha sonora de “Roque Santeiro”, que é lembrada até hoje como uma das mais emblemáticas da televisão brasileira.
A trilha sonora de “Roque Santeiro” foi tão bem recebida que a gravadora Som Livre lançou dois volumes de discos nacionais, algo inédito na época. A música “Sem Pecado e Sem Juízo” ajudou a consolidar a atmosfera vibrante e irreverente da novela, que se tornou um marco na teledramaturgia brasileira.
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